Dado Galdieri |
Versão 1: o desmatamento na Amazônia leva à descoberta de
um estranho grupo de rochas que funciona como observatório astronômico. Trabalho
de mãos humanas, realizado uns mil anos atrás. Fica evidente que a Amazônia foi
habitada por povos muito mais complexos do que se julgava até então.
Arqueólogos, antropólogos e outros cientistas começam a
chegar ao local. Vêm juntar-se aos trabalhadores pagos para derrubar a floresta
pelas grandes corporações nacionais e internacionais que são proprietárias dos
latifúndios da região.
Também chegam funcionários de grandes meios de
comunicação e entretenimento para realizar documentários sobre a estranha
descoberta e verificar o potencial do lugar como locação para filmar cenas de
aventura e ficção científica.
Logo, surgem conflitos de interesses entre cientistas,
latifundiários, governos, produtoras de cinema e TV. Quando os atritos ameaçam
descambar para a violência, surgem do nada verdadeiros exércitos de índios que
iniciam um massacre entre os recém-chegados. São os povos do passado, que
utilizam as rochas como um portal do tempo. Vieram vingar toda a destruição provocada por aquela gente descendente de europeus. São as primeiras
tropas de muitas outras que surgirão em outros sítios arqueológicos pelo mundo.
É na Amazônia que se inicia uma espécie de apocalipse
vingador promovido pelos povos antigos contra os estragos causados pela lógica
produtivista ocidental, inclusive em suas versões chinesa e russa.
Versão 2: a mesma trama acima, sem povos vindos do
passado ou portais do tempo. Apenas um documentário que registra o início do
apocalipse ocidental, sem necessidade de atores ou efeitos especiais. Basta acompanhar
a ação dos poderes que atuam naquela região e no planeta em geral.
Fonte de inspiração: Desmatamento
revela um misterioso "Stonehenge" na Amazônia
Realmente um filme espantoso, e para rimar, nada auspicioso.
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