A mais
recente pizza de Brasília acabou de sair dos fornos do Supremo. Crua, sem nenhum
recheio ou tempero. Apesar disso, fomos obrigados a engoli-la pedaço por pedaço.
Mas há outra
pizza assando. Gigantesca, aliás. Trata-se da PEC 55, do corte de gastos. O governo
diz que precisa diminuir um déficit de R$ 170 bilhões, congelando os gastos públicos
por 20 anos. São as Despesas Primárias, dizem governantes, parlamentares, grande
mídia, barbeiros e motoristas de táxi.
É preciso
congelar gastos com a máquina pública. O problema é que essas despesas, incluindo
desvios, má gestão, salários acima do teto e roubalheiras, representam cerca de
1% do tal déficit. Já o pagamento dos juros da Dívida Pública é responsável por uns 80% do déficit. O restante é queda da arrecadação.
Se
ainda não deu pra entender, o gráfico acima pode ajudar. Bem desenhadinho.
Mas, apesar
de estar assando a todo vapor, ninguém fala dessa pizza. Será porque o pagamento
dos juros da dívida alimenta uma gigantesca ciranda financeira que beneficia,
no máximo, umas 70 mil pessoas em uma população de mais de 200 milhões?
Será porque
cerca de 98% dos papéis da Dívida Pública estão nas tesourarias de grandes investidores,
como empresas, bancos, latifundiários? A mesma minoria que financia a eleição de
parlamentares e governantes em geral e anuncia nos grandes meios de comunicação?
São tantas
as perguntas...
O certo
é que mais uma pizza está assando. E, com certeza, todas as outras, incluindo a
dos senhores juízes supremos, serviram apenas como aperitivo para esta. Deliciosa
para muito poucos. Venenosa para a enorme maioria.
Sérgio, não é PEC 55?
ResponderExcluirVerdade, Déa. Já corrigi.
ResponderExcluirObrigado
Beijo