Encerrando
os comentários sobre “O mito da Aristocracia Operária”, de Charles Post, é
importante destacar o que o autor considera ser o ponto de partida para a
criação das condições materiais e ideológicas no enfrentamento do reformismo entre
os explorados.
Trata-se
da necessidade de promover a auto-organização dos trabalhadores e sua auto-atividade.
Principalmente, nas lutas iniciadas nos locais de trabalho, mas não limitadas a
eles. Uma atividade que deve incluir também o combate a valores conservadores como
racismo, machismo, homofobia, xenofobia...
Além
disso, é preciso superar os obstáculos criados pela burocracia sindicais,
partidárias e de outras organizações populares. Ainda que utilizem um discurso
combativo, a estes setores interessa a manutenção da ordem para a perpetuação
de seus privilégios.
As maiores
ameaças continuam a vir do institucionalismo paralisante. De um lado, pesadas estruturas
que engessam a luta. De outro, a priorização da atuação eleitoral.
Estamos
falando, claro, do bom e velho trabalho de base, de baixo para cima. Sempre acompanhado
da disposição de estar presente em todas as frentes de luta contra a opressão e
a exploração capitalistas. Não apenas nas lutas econômicas, mas em defesa dos
direitos e da ampliação das liberdades para amplas maiorias.
Na
verdade, foi essa combinação que permitiu que as grandes revoluções acontecessem,
desde a Comuna de Paris até as jornadas revolucionárias mais recentes.
Tudo isso,
porém, implica respeitar a capacidade crítica de que são capazes os setores explorados
e oprimidos. Estes, quando se mobilizam, avançam para muito além do que podem nossas
vãs teorias. Somente assim seremos capazes de tornar a luta por reformas um
caminho sem volta pela revolução.
Leia também:
Senso
comum, reformismo e revolução
Sei não, faz tempo que estou percebendo um cheirinho de basismo da sua parte...rsss
ResponderExcluirRá! Basicamente, é isso...
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