Parece que o grande assunto do momento tem sido o suicídio.
A série “Os 13 Porquês”, da Netflix, e um jogo macabro chamado Baleia Azul são temas
obrigatórios. Ambos tratam da busca pela morte voluntária entre adolescentes.
Quase um milhão de pessoas morrem por suicídio anualmente
segundo a Organização Mundial de Saúde.
No livro
“Sapiens – Uma Breve História da Humanidade”, Yuval Harari constata que, em
2002, dos 57 milhões de mortos no planeta, apenas 172 mil morreram em guerras e
569 mil foram vítimas de crimes violentos. Por outro lado, 873 mil cometeram
suicídio.
O Mapa da Violência 2014 trouxe dados
assustadores sobre o Brasil. Mortes voluntárias tendem a aumentar em países com
melhores índices sociais. Mas nosso índice é igual ao de países como Japão,
França, Suécia e Noruega: 30 por 100 mil habitantes.
Como hoje é “Dia do Índio”, não custa lembrar que o suicídio
é uma pandemia entre os indígenas. Eles parecem funcionar como uma espécie de
antena sensível demais para as loucuras que vêm dominando a humanidade. Principalmente, suas crianças e adolescentes.
É o que mostra o relatório sobre Violência Letal contra
crianças e adolescentes no Brasil, da Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais. Municípios da Amazônia estão no topo da lista de suicídios entre
crianças e adolescente indígenas. Em São Gabriel da Cachoeira, a taxa de 2003 a
2013 foi de 33,3% na faixa etária entre 10 a 19 anos. Em Tacuru, o índice
chegou a 100%.
O suicídio é o sintoma da doença social que cerca suas
vítimas. Enquanto não a combatermos, seremos parte deste cerco.
Errata: está incorreto o dado sobre o índice de suicídios no Brasil. O número real médio é algo em torno de 5 por 100 mil habitantes, não 30 por 100 mil. Esta proporção é real apenas para os crianças e jovens indígenas. Ainda assim, continua sendo um número assustador.
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