O governo lançou nova campanha em defesa da
Reforma da Previdência. Com o mote "tudo que é novo assusta", as
peças publicitárias atribuem a antipatia e desconfiança com que é recebida a
proposta pela maioria da população a sua suposta novidade.
Os vídeos citam alguns exemplos de novidades que
“assustaram” ao surgir, mas que se revelaram positivas. O Plano Real é citado
como um deles, ainda que se esconda o fato de que ele serviu como Cavalo-de-Tróia para a destruição neoliberal posterior. Foi através dele que uma terrível inflação deu
lugar ao pesadelo do desemprego e à enorme dívida pública que, até hoje, suga
os recursos públicos das áreas sociais, incluindo a própria previdência.
Outro exemplo que chama a atenção é o da vacinação
obrigatória: “...quando surgiu a vacinação teve até revolta, hoje não dá pra
viver sem”. O vídeo se refere à Revolta da Vacina, que aconteceu em 1904, quando
moradores pobres do Rio se insurgiram contra a vacinação forçada, com direito a
batalhas travadas em ruas tomadas por barricadas.
A história oficial considera esse episódio fruto da
ignorância popular. Na verdade, foi uma reação legítima ao autoritarismo e
violência com que a vacinação era feita. Verdadeiras invasões militares invadiam
os bairros pobres, sem qualquer respeito por seus moradores.
Foi a primeira das muitas operações de “higienização
social” que atingem o Rio e muitas outras cidades brasileiras, desde então.
Seus alvos sempre foram os mais pobres, não doenças e outros males.
Neste aspecto, até faz sentido comparar a Reforma da
Previdência à Revolta da Vacina. Seria muito bom que a reação popular fosse semelhante.
Leia também: Carne fraca e Reforma da Previdência,
tudo a ver
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