Doses maiores

17 de abril de 2017

E eles só falam da Odebrecht...

Uma radiografia da captura corporativa em alguns dos principais setores da economia brasileira: alimentos, com destaque para o caso dos transgênicos; educação; finanças e juros; meio ambiente; mídia; saúde; segurança; e setor imobiliário.

O trecho acima resume o conteúdo de “A privatização da democracia – um catálogo da captura corporativa no Brasil”. Trata-se de uma publicação do Vigência, “grupo de ativistas cujo foco de atuação é a denúncia dos efeitos sociais do capitalismo extremo no Brasil”.

Os dados mostram que o atual escândalo é apenas uma parte do sequestro dos recursos públicos nacionais pelo grande capital. Tanto do local como do estrangeiro, se é que faz sentido separar os dois.

Mas um dos aspectos mais relevantes nessa “captura” é seu quase perfeito ocultamento. E isso acontece graças a uma área sensível, controlada estrategicamente pelo poder econômico. Estamos falando da mídia. Em especial, da Globo. O catálogo revela, por exemplo, que em 2012:

...a receita líquida da Globo é, pelo menos, três vezes maior do que a receita líquida somada dos grupos Abril, RBS, O Estado de São Paulo e SBT. Já o seu lucro líquido é mais de 11 vezes maior do que o lucro líquido dessas outras empresas reunidas.

Este poderio todo permite formar, deformar, omitir, mentir em gigantesca escala. E sempre com a cumplicidade de seus “concorrentes menores”.

É esta situação que cada vez mais faz da Lava-Jato um daqueles novelões das oito com final manjado. Ou, como disse Janio de Freitas em sua última coluna, nada mais do que o “estouro de um esgoto na mansão da classe dominante”.

Acesse o catálogo, aqui

Leia também: A educação pública sob assalto de bilionários

2 comentários:

  1. Caro Sérgio, tenho a impressão de que na periferia do capitalismo os Estados nacionais são mais permeáveis ao conluio com o grande capital, o que acha? Obrigado e abraço!

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    1. Alô, camarada Luis. Não saberia dizer. Provavelmente, sim por fatores históricos, mais do que econômicos, não acha?
      Bração!

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