Em 10/04, o economista grego Yanis
Varoufakis publicou artigo na Carta Maior lembrando como a “breve rebelião da
Grécia contra a depressão permanente foi impiedosamente sufocada”, em 2015.
Um dos episódios que ele viveu durante
o breve período que foi ministro de finanças no governo do Syriza envolveu as estratosféricas
remunerações da cúpula do banco central grego. Para dar exemplo, Varoufakis decidiu
cortar-lhes o salário em cerca de 40%, “correspondente à média das reduções
salariais por toda a Grécia desde a crise de 2010”.
Imediatamente, a União Europeia (UE),
tão zelosa na hora de diminuir “salários e pensões” dos trabalhadores, protestou.
Os atingidos seriam seus funcionários de confiança. E foi assim que:
Após a UE forçar nosso governo à
submissão e após minha demissão, aqueles salários foram aumentados em 71% – o
pagamento anual dos executivos-chefes foi elevado a 220 mil euros (R$ 732 mil).
No mesmo mês, aposentados recebendo 300 euros (R$ 1.000) por mês teriam esses
proventos cortados em até 100 euros.
Segundo o texto, este episódio mostra que
a Grécia sofreu um “golpe moderno”: “as instituições europeias utilizaram os
bancos, não tanques. E os golpistas, no lugar de fardas, usam “ternos e tomam
água mineral”.
Podemos dizer que algo parecido aconteceu em muitos
países, incluindo o Brasil. Muito antes do golpe de Temer, já tínhamos
burocratas de confiança das finanças mundiais em postos-chave do governo local.
Agora, em meio a tantos indiciamentos de políticos por
corrupção, adivinhem quem governa impune
e tranquilamente, mesmo causando enorme e criminosa miséria social? Henrique
Meirelles, que, com seu terno e muita água mineral, afoga o Pais na recessão.
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