Mike Davis é um
escritor, militante político, urbanista e historiador estadunidense. Suas
investigações dedicam-se principalmente às relações entre poder e classes
sociais.
Mas entre suas maiores
preocupações estão também os sérios riscos patológicos causados pela organização
capitalista da produção. É o caso de recente artigo publicado pelo portal da Boitempo,
sobre as relações entre a pandemia do coronavírus-19 e a luta de classes.
Um trecho é tristemente
esclarecedor:
...quem
dispõe de um bom plano de saúde e também tem condições de trabalhar ou lecionar
de casa está confortavelmente isolado, contanto que siga com prudência as
diretrizes de segurança. Funcionários públicos e outros grupos de trabalhadores
sindicalizados que gozam de uma cobertura decente terão de fazer escolhas
difíceis, optando entre renda e proteção. Enquanto isso, milhões de
trabalhadores de baixa renda do setor de serviços, trabalhadores agrícolas,
desempregados e sem teto estão sendo atirados aos lobos.
Davis também lembra o
que escreveu em seu livro “O monstro bate à nossa porta”, de 2005:
O
acesso a medicamentos vitais, incluindo vacinas, antibióticos e antivirais,
deveria ser um direito humano, universalmente disponível a preço zero. Se os
mercados não tiverem condições de fornecer incentivos para produzir tais drogas
de maneira barata, então os governos e as organizações sem fins lucrativos
deveriam assumir a responsabilidade por sua manufatura e distribuição. A
sobrevivência dos pobres deve sempre ser prioridade sobre os lucros do grande
complexo farmacêutico.
É com esse tipo de
proposta que podemos transformar a tragédia social que surge no horizonte em
oportunidade para emperrar a máquina de morte e doenças do capitalismo. Mas não
esperemos iniciativa alguma de governos.
Leia também: Coronavírus-19:
o agronegócio fazendo merda
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