Antes
de tudo, devemos declarar novamente que, para os fascistas, a violência não é
um capricho ou um propósito deliberado (...). É uma necessidade cirúrgica. Uma
necessidade dolorosa (…). Para nós, a violência é uma exceção, não um método ou
um sistema...
Estas palavras foram escritas por Benito Mussolini no
artigo "Sobre a violência", de 25 de fevereiro de 1921. São citadas
por Antonio Scurati, em seu livro “M, O Filho do
Século”.
Mas o mesmo autor mostra que em setembro daquele mesmo
ano, nos debates que antecederam a realização do
congresso nacional fascista de Roma, o grande dilema era: fundar um partido ou um exército?
A resposta viria com a seguinte
formulação: “melhor um partido, mas capaz de se transformar em um exército. De
transformar imediatamente seus membros em soldados prontos para lutar no
terreno da violência. Um partido de milícia.”
E novamente em 1921, em 9 de novembro, reunidos em congresso
na capital italiana, os fascistas criam seu partido nacional. O manifesto de
fundação afirmava que “com o método da violência, enterramos todos os métodos
anteriores”.
Ou seja, tal como é costume na extrema-direita, aquelas
primeiras palavras de Mussolini eram falsas. A violência é, sim, o principal
método fascista. E isso ficou provado em várias ocasiões na Itália e Alemanha. Espancamentos e
assassinatos vitimaram milhares de militantes sindicais e de esquerda. Várias
vezes, sob escolta ou colaboração da polícia e do exército.
Ou seja, no combate ao
fascismo, a violência é uma questão incontornável. Mas só a esquerda anticapitalista
pode realmente enfrentá-la. Esperar a reação dos poderes instituídos é inútil. E
perigoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário