Abril de 1920, Nicola
Bombacci chega a Copenhague, Dinamarca. O mais popular dos socialistas
italianos vai ao encontro de dois enviados soviéticos: Maksim Litvinov,
comissário para assuntos externos, e Leonid Krasin, chefe do comissariado para
o comércio exterior.
Bombacci pretendia
discutir a revolução italiana com eles. Mas não teve chance. Um e outro foram
claros. Sua prioridade era retomar relações comerciais e políticas entre Moscou
e os estados capitalistas. Nada mais.
Era o isolamento da Revolução
Russa que começava a cobrar um preço alto demais não só dos bolcheviques, mas também
dos revolucionários no restante do mundo.
Alguns anos mais tarde,
a contrarrevolução stalinista resolveria esse problema da pior maneira possível:
qualquer processo revolucionário deveria ser sacrificado se isso fosse considerado
necessário para preservar o estado soviético. Em nome desse imperativo, muitas revoluções
seriam não apenas desencorajadas como abertamente combatidas.
Mas no caso italiano, não
seria justo responsabilizar apenas os bolcheviques. Os socialistas moderados eram
maioria no partido e o sucesso eleitoral de 1919 dava-lhes a esperança de conquistar
transformações radicais pelo voto. Nem mesmo a grande onda de ocupações de
fábricas acontecida recentemente mudou essa perspectiva.
Enquanto isso, também em
1920, o segundo congresso nacional dos fascistas promoveu uma guinada à direita.
O programa de 1919, cheio de exigências de esquerda foi completamente
abandonado. Agora, o objetivo era fazer a “revolução fascista”, anticomunista e
a serviço da burguesia.
Era a enorme e destruidora
onda fascista começando a surgir. Ocupando o vazio político deixado tanto pela indecisão
dos socialistas italianos entre o caminho revolucionário e a via eleitoral como
pelas primeiras manifestações do pragmatismo estatal soviético.
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