Doses maiores

4 de maio de 2021

A luta contra o capitalismo de plataformas está só começando

Como mostra o livro “Riding for Deliveroo”, de Callum Cant, as greves dos entregadores de aplicativos do Deliveroo, de Brigthon, foram as primeiras desse tipo naquela cidade.

As paralisações aconteceram em 2017, mas os pioneiros foram os entregadores de Londres. Eles cruzaram os braços, ou melhor, desativaram seus aplicativos, já em 2016. Na sequência, no mesmo ano, fizeram o mesmo trabalhadores de Turim, Marselha, Paris, Berlim, Barcelona, Valência, Madrid, Bordéus e Lyon.

Então veio a terceira onda, na mesma época da segunda greve de Brigthon. Ocorreram paralisações de entregadores de diversas plataformas em Amsterdam, Bruxelas, Bolonha, Turim e Berlim, todas em novembro de 2017.

Importante destacar a mobilização na China. Lá o equivalente do Deliveroo é a Meituan, capaz de entregar colossais 13 milhões de encomendas por dia. Seus entregadores foram responsáveis por 11% das greves no setor de serviços chinês durante o primeiro semestre de 2017.

Em 09/10/2018, foi a vez dos motoristas britânicos da Uber realizarem sua primeira greve nacional. Assembleias foram organizadas no lado de fora de três escritórios da empresa, em Londres, Birmingham e Nottingham. Pela quarta vez em um mês, escritórios da Uber eram alvo de manifestações desse tipo. Numa delas, motoristas de origem italiana começaram a cantar o famoso hino antifascista, “Bella Ciao”.

Enquanto isso, em 26/10/2018, representantes de entregadores de alimentos, organizados em 35 coletivos de 12 países, se reuniram em Bruxelas para formar a Federação Transnacional de Entregadores.

Ou seja, a luta parece estar só no começo. No Brasil, a primeira greve aconteceu apenas em julho de 2020. Mas, certamente, vem mais por aí.

Continua...

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