Continuamos acompanhando a trajetória de Elisabeth Demetrioff, seguindo os relatos do livro “Luxo Comunal: o imaginário político da Comuna de Paris”, de Kristin Ross.
Em 11/04/1871, a jovem militante russa ajudava a fundar a União das Mulheres em Defesa de Paris e Socorro aos Feridos. A maior e mais eficaz das organizações da Comuna, criou comitês que se reuniam diariamente em quase todos os distritos parisienses. Participavam dela uma grande variedade de trabalhadoras, mas a maioria vinha das tecelagens.
O objetivo da União era uma reorganização completa do trabalho feminino, pondo fim à desigualdade econômica com base no gênero. Como o próprio nome indica, suas integrantes respondiam tanto pela assistência aos caídos em combate, como pela construção de barricadas, onde também empunhavam armas.
A União não estava interessada em demandas parlamentares. Para elas, a participação na vida pública nada tinha a ver com o direito ao voto. Preocupava-as muito mais encontrar trabalho remunerado para as mulheres. Criar cooperativas destinadas a se desenvolver para além das muralhas da cidade. Entrar em contato com associações semelhantes na França e no exterior, para facilitar a troca de produtos.
Era a comuna russa que Elisabeth conhecia tão bem sendo criada em uma grande capital europeia. Seus princípios coletivos e solidários vieram do passado nacional eslavo. Mas na urbanizada Paris, poderiam tornar-se internacionalistas, cultivados no laboratório comunitário da Comuna, ao mesmo tempo em que serviam para dissolver a burocracia estatal.
À frente disso tudo, Elisabeth Demetrioff e suas companheiras. Transformando algumas belas ideias em atos libertadores para as grandes maiorias exploradas e oprimidas.
Leia também: Elisabeth Demetrioff desafia as certezas de Marx
Nenhum comentário:
Postar um comentário