Doses maiores

21 de agosto de 2012

As tetas do BNDES (2)

“Lucro líquido do BNDES no 1º semestre cai quase pela metade, para R$ 2,7 bi” diz manchete do UOL Economia de 20/08. Segundo a matéria, o banco alega que:

...o período foi marcado pela instabilidade dos mercados financeiros e pelo fraco desempenho das Bolsas de Valores. De acordo com o BNDES, a crise financeira internacional e seus reflexos no mercado doméstico afetaram a performance das empresas, aumentando a instabilidade do mercado de ações.

Pode até ser verdade. Mas o fato é que o BNDES é responsável pela Bolsa-Milionários. O Bolsa Família não chega a custar 1% do PIB. Enquanto isso, ninguém sabe ao certo quanto o banco estatal empresta pra algumas poucas e gigantescas empresas. Com certeza, são dezenas de bilhões de reais por ano.

A taxa utilizada para corrigir os empréstimos é a chamada TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Ela equivale a metade das taxas cobradas pelo mercado. E, como o nome diz, seus financiamentos são pagos em prazos mais longos.

Isso acarreta uma enorme diferença entre o que o dinheiro que o banco empresta e o que ele compra no mercado. E quem cobre essa diferença é o Tesouro da União. Ou seja, o prejuízo entra na conta da já imensa dívida pública que retira ainda mais recursos dos serviços públicos.

Se um novo surto da crise vier como muitos especialistas acreditam, aí sim, haverá sérios problemas de inadimplência. Não com Casas Bahia ou Lojas Americanas. Os caloteiros, mesmo, serão os de sempre. Grandes empresários, acostumados a mamar nas tetas estatais. Se elas secarem, eles já terão enchido a pança.

Leia também: As tetas do BNDES

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