Em 20/08, a
socióloga Graça Druck, professora da Universidade Federal da Bahia, foi
entrevistada pelo IHU On-Line sobre o tema. Ela considera que a proposta se
rende à concepção empresarial sobre relações de trabalho.
Segunda a
professora, o ACE converge com o que defendia o governo FHC nos anos 1990. Ela
cita palavras de um projeto de lei proposto pelo presidente tucano. O texto defendia
que as condições de trabalho fossem “ajustadas mediante convenção coletiva ou
acordo coletivo” que prevalecessem “sobre o dispositivo em lei”.
Graça também
considera que a argumentação da entidade do ABC tem a mesma perspectiva da
Confederação Nacional da Indústria. Menciona texto da organização patronal que defendia
o “exercício permanente e dinâmico da livre negociação entre os atores sociais”.
Na época, a
resistência dos trabalhadores impediu a aprovação desse projeto, que tornaria
superior o “negociado sobre o legislado”. À frente dessa resistência estava a
CUT, central que tem nos metalúrgicos do ABC sua entidade mais respeitada. Agora,
sob um governo cheio de dirigentes cutistas, a entidade trai sua própria
trajetória combativa.
A proposta é
tão ruim que Dilma quer enviá-la ao Congresso para ser transformada em lei. A
consequência seria uma fragilização ainda maior do poder de mobilização dos
trabalhadores. Bastante coerente com o que vem fazendo o governo petista diante
das greves do funcionalismo.
Leia também: Como
Lula, Dilma sacrifica os trabalhadores
Agosto de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário