Doses maiores

2 de agosto de 2012

Doping, genética? Não. Dinheiro, mesmo

“Supernadadora assombra mundo e desperta debate sobre doping. Genética é o novo caminho?” este é o título de reportagem de Bob Fernandes publicada no Terra Magazine, em 31/07.

Refere-se à chinesa Ye Shiwen, que destruiu os recordes olímpicos de 200 e 400 metros medley. Foi o bastante para que comentaristas americanos falassem em doping.

Chen Zhanghao, médico da equipe chinesa, rebate: “Phelps quebrou sete recordes mundiais… ele é normal?” Segundo Zhanghao, foram feitos mais de 100 testes antidoping em sua atleta. Todos negativos.

Mas as suspeitas, agora, recaem sobre a genética. Fernandes cita o italiano Mauro Giacca, respeitado especialista nesse assunto. Segundo Giacca:

Camundongos tratados com a terapia genética foram submetidos a esforços sem sentir cansaço. Houve aumento da massa muscular, hiperatividade e não restou nenhum traço no sangue nem na urina.

Fernandes conclui: “Essa briga, genética natural x doping, não tem hora para acabar”. Talvez, tenha sim. Vejamos o que diz o artigo “Uma prova constante”, de Simon Kuper, publicado pelo Valor em 28/07:

A partir do momento em que o esporte se torna importante e lucrativo, os atletas começam a usar drogas que trazem risco de morte para poder correr milésimos de segundo mais rápido. Pode-se dizer com exatidão o dia em que o público deixou de acreditar que o atletismo era puro: 27 de setembro de 1988, quando Ben Johnson, recém-coroado campeão olímpico e recordista mundial nos 100 metros rasos, viu seu teste de doping dar positivo em Seul.

Ou seja, se deixar de funcionar como um negócio bilionário, o esporte poderá impor derrotas aos métodos antiesportivos.

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