Um grupo de 170 indígenas voltou
a ocupar o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Vitória do
Xingu, Pará. Lançaram o manifesto “Governo federal, nós voltamos”.
Eles já haviam ocupado o
local por 8 dias, no início deste mês. Saíram sob a garantia de que seriam
ouvidos pelo governo federal. Diante da quebra da promessa, os indígenas retornaram,
muito a contragosto: “Não queríamos estar de volta no seu deserto de buracos e
concreto”, disseram.
Mas não tiveram escolha. Como
dizem:
Temos que lutar contra
barragens que inundam os nossos territórios, que cortam a floresta no meio, que
matam os peixes e espantam os animais, que abrem o rio e a terra para a
mineração devoradora. Que trazem mais empresas, mais madeireiros, mais
conflitos, mais prostituição, mais drogas, mais doenças, mais violência.
Também denunciam as mentiras
sobre conflitos com os trabalhadores das obras. “Aqui no canteiro nós jogamos
bola juntos todos os dias”, diz o manifesto. Por fim, avisam:
Temos o apoio dos indígenas
de todo o Xingu. Temos o apoio dos Kayapó. Nós temos o apoio dos Tupinambá,
Guajajara, Apinajé, Xerente, Krahô, Tapuia, Karajá-Xambioá, Krahô-Kanela,
Avá-Canoero, Javaé, Kanela do Tocantins e Guarani. E a lista está crescendo.
Os portugueses costumavam
aproveitar as guerras entre esses povos para dominá-los. Agora, o governo dos
brancos está conseguindo uni-los com seus projetos destruidores. Mas a luta é extremamente
desigual. Tropas federais fortemente armadas garantem os interesses das grandes
empresas.
Por isso, a causa indígena precisa
de todo o apoio de quem tem um mínimo de vergonha em suas “caras pálidas”.
Leia também: Os ataques petistas aos povos da
floresta
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