Doses maiores

7 de maio de 2013

O “Custo Brasil” dos lucros empresariais

O destaque econômico da grande imprensa tem sido o maior déficit da balança comercial brasileira em sete anos. Traduzindo, o País está comprando muito mais lá fora do que vendendo.

Segundo os especialistas, o maior responsável pelo buraco é a indústria. Em sete anos, o saldo do setor caiu dos US$ 5,2 bilhões positivos para US$ 94,9 bilhões negativos. Trata-se exatamente do setor que recebeu vários incentivos do governo na forma de isenções fiscais.

Perdido entre as matérias e artigos que trataram dessa questão, há um dado revelador. Ele aparece na matéria “Belluzzo: ‘Brasil tem uma indústria atrasada, com déficit de competitividade’”, de Gabriela Valente, publicada no Globo em 5/05. Trata-se do elevado lucro médio dos empresários brasileiros:

Um índice produzido na universidade americana Princeton indica que o lucro no Brasil é alto. O indicador compara o custo da mão de obra de vários trabalhadores do McDonald’s no mundo. Aqui, um funcionário da empresa compra meio Big Mac com o que ganha em uma hora de trabalho. O japonês que faz o mesmo serviço para produzir o mesmo produto pode comer três hambúrgueres com o que recebe por hora de trabalho.

Comentando a informação, André Perfeito, um economista do mercado, admite:

Apesar de o custo da mão de obra ter crescido no Brasil, ele ainda é baixo. Mas os preços não são, e isso indica que o lucro é maior que nos outros países.

O dado mostra aquilo de que já suspeitávamos. Se existe o tal “Custo Brasil”, sua fonte principal são os grandes empresários, não os trabalhadores explorados por eles.

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