Um rei podia fazer seus
súditos morrerem quando bem entendesse. Afinal, vidas humanas pertenciam aos
domínios soberanos como tudo mais presente em seus territórios. Mas se não
houvesse razão para se livrar deles, deixava que vivessem do modo que pudessem.
Atualmente, não interessa à
maioria dos governantes mandar matar seus governados. O mais importante é
determinar como eles devem viver. Principalmente, de que forma devem se
comportar para servir à reprodução do capital.
É por isso que tudo deve
estar sujeito a leis, regras, regulamentos, prescrições. Para cada doença, um
remédio. Para cada tarefa, um treinamento. Para cada saber, um manual. Tudo em
escala populacional. É o que Foucault chamava de biopolítica.
Um dos fenômenos típicos
dessa forma contemporânea de dominação é a medicalização da vida. Um exemplo
recente foi a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais dos EUA. Publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, o livro traz
uma lista de mais de 300 patologias.
São tantas “doenças”, que dificilmente
alguém poderia ser considerado “saudável”. Na verdade, a insanidade está no
ritmo que a sociedade contemporânea nos impõe. Um estilo de vida que fabrica a
doença para vender o tratamento. Aos que não se ajustam, resta a morte, simbólica
ou real.
Antes, os reis podiam castigar
seus súditos com a morte. Os atuais poderosos só precisam nos condenar à vida.
Leia também: Querem
controlar até os sonhos. Que pesadelo!
ESTOU FAZENDO UM TCC SOBRE ESSE TEMA " FAZER VIVER E DEIXAR MORRER " PODERIA ME EXPLICAR MAIS CLARO SOBRE ISSO?
ResponderExcluirOi, Millena. Estou viajando, com conexão precária. Por favor, volte a entrar em contato depois do dia 20/11. Obrigado
Excluirja retornou?
ResponderExcluirSim, já retornei
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