Dilma Rousseff foi eleita a
segunda mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes. Uma classificação que
deveria envergonhar qualquer liderança que se diz de esquerda. Ainda mais quando
a primeira colocada é Angela Merkel, campeã do neoliberalismo mundial.
Logo depois, ficamos sabendo que
o Brasil registrou em 2012 o maior número de greves dos últimos 16 anos. É o que mostra
um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese).
O número pode até ser animador.
Muitas greves indicam uma classe trabalhadora confiante e exigente. Mas há um
detalhe feio. O setor público foi responsável por quase metade das greves, mesmo
empregando cerca de 12% dos trabalhadores.
O fato é que os patrões do
setor público recusam-se a negociar até que não reste outra alternativa que a paralisação.
Iniciada a greve, continuam a ignorar os grevistas por 30, 60, 90 dias. E, mesmo
assim, a pesquisa indica que somente metade deles têm suas reivindicações atendidas
integralmente.
As greves do nível federal representam
apenas 4% das paralisações no setor público. Mas o tratamento autoritário e
intransigente pouco difere daquele dispensados por governantes tucanos, por
exemplo. Neste caso, são todos 100% parecidos.
O pior é que essa atitude afeta
diretamente a população pobre. Não só pela falta de serviços essenciais. Também
contribui para reforçar o discurso privatizante da direita exatamente entre as
maiores vítimas da destruição dos serviços públicos.
Seria errado caracterizar o governo
petista como neoliberal. Mas o tratamento que dispensa aos servidores públicos certamente
lembra o governo alemão. Nesse vergonhoso campeonato, Dilma e Merkel parecem muito
próximas.
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