Entre as muitas constatações
do documento estaria o “declínio do Ocidente”. Por “Ocidente” entenda-se
Alemanha, Reino Unido, França e o nada ocidental Japão. Potências que estariam
perdendo participação na economia mundial. Enquanto isso, países como China,
Índia, Brasil, Rússia, África do Sul estariam em ascensão.
E ainda haveria o surgimento
de novos ”polos hegemônicos regionais”. Seria o caso de Colômbia, Indonésia,
Nigéria, Etiópia, Turquia e Vietnã. Desse modo, estaria se configurando um
“mundo multipolar”, em que “novos atores” poderiam “disputar a supremacia
internacional a Washington e aos seus aliados históricos”, diz Ramonet.
Mas, afinal, o que significa “disputar
a supremacia internacional” se não competir pelos mercados mundiais? Imperialismo
não é sinônimo de dominação por parte de impérios nacionais. É a forma como o sistema
capitalista funciona em nível mundial. No ocidente e no oriente.
Os tais “novos atores” estão
apenas lutando por uma participação maior no saque aos povos e recursos do planeta.
Aliás, a China já vem assumindo esse papel claramente. Inclusive, avançando
sobre regiões de interesse da economia brasileira. Entre elas, a América do
Sul, que o capital que tem sede aqui considera seu quintal.
Que a CIA esteja preocupada é
natural. Que o relatório mostra contradições que devem ser aproveitadas pelas
forças anticapitalistas é inegável. Mas que setores da esquerda estejam
comemorando uma suposta agonia do imperialismo é miopia.
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