O pequeno país asiático é o segundo
maior produtor têxtil do mundo, com 3.500 empresas exportadoras, 4 milhões de
trabalhadores e investimentos externos no valor de US$ 19 bilhões. O resultado
são lucros de US$ 1 trilhão anuais.
As razões por trás de tanta
prosperidade? 90% dos trabalhadores do setor recebem US$ 1,1 por dia e leis
trabalhistas inexistem. Afinal, cerca de 70 parlamentares do país são donos de
empresas têxteis.
Entre os destroços do prédio
foram encontradas etiquetas ensanguentadas da Benetton e da Kik. Mas o sangue
respingou em outras grande grifes. É o caso de H&M, Zara, Hennes &
Mauritz PVH, Tchibo, Tesco, Marks & Spencer, El Corte Inglés, Mango,
Carrefour, Esprit e C&A.
Depois da tragédia,
representantes dessas gigantes se comprometeram a investir na segurança das
fábricas. Mas também culparam a corrupção do governo de Bangladesh pelas muitas
irregularidades. Como se este não fosse outro elemento importante para os baixos
custos da produção no país.
Enquanto isso, na capital Daca,
pelo menos mil fábricas estão paralisadas pelos protestos de trabalhadores e
seus familiares. A repressão policial é violenta, mas, nesse caso, ninguém reclama
do governo.
E nós com tudo isso? Notícia
na mesma edição do jornal responde: “Brasil amplia compras de produtos de
Bangladesh”. Desde 2005 o volume de comércio entre os dois países aumentou 26
vezes e chegou a US$ 185 milhões, em 2012.
Leia também: Escravidão
de grife
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