Nenhuma obrigatoriedade em
religião. O caminho da retidão distingue-se por si mesmo do caminho do desvio
(Corão, 18, 29)
Enquanto isso os dez mandamentos,
adotados por judeus e cristãos, começam ordenando: “Não terás outros deuses
diante de mim”. E o livro do Êxodo, também presente nas duas tradições
religiosas, diz o seguinte em relação a outras religiões:
Não te inclinarás diante dos
seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme as suas obras; antes, os
destruirás totalmente e quebrarás de todo as suas estátuas. (Êxodo 23, 24)
Isso não quer dizer que cristãos e judeus
sejam necessariamente mais intolerantes que muçulmanos. Tudo depende do uso que
se faz da fé. Muitas vezes, ela é posta a serviço de objetivos bem terrenos e
rasteiros, como o domínio e a exploração de povos e territórios.
Mas nem a tolerância recomendada pelo Corão
deveria nos bastar. Tolerar é o mesmo que suportar, aguentar, deixar passar. A
ideia de um “caminho da retidão” ainda contém um núcleo negativo e
preconceituoso.
Só nos trataremos como irmãos de espécie
quando adotarmos uma espécie de indiferença curiosa. Quando a fé, a orientação
sexual, a cor da pele, o gênero não causarem incômodos mútuos. Quando tudo isso
servir para enriquecer a condição humana.
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