Mas essa situação também pode gerar lucros em
outros ramos. É o que diz a reportagem “Pequeno negócio se prepara para tomar
lugar de domésticas”, publicada em 07/04 por Felipe Maia e Reinaldo Chaves na
Folha.
A matéria destaca o aumento “na demanda por
serviços terceirizados de alimentação, lavanderia e limpeza”. Ou seja, a mais
que justa regulamentação do trabalho doméstico não se deve apenas a razões
humanitárias. Uma fatia do mercado deve crescer e render lucros que dificilmente
serão aproveitados somente pelos “pequenos negócios”.
Claro que relações profissionalizadas são
muito melhores que o tratamento escravocrata dispensado à grande maioria das
domésticas. Mas não se espere nada além daquilo que o “mercado” costuma oferecer.
Corre pela internete o anúncio de uma
empresa de serviços domésticos de Sorocaba. Uma das perguntas do formulário a
ser preenchido queria saber se o interessado tem “preconceito de cor”. Muito
provavelmente, para que clientes racistas pudessem receber atenção diferenciada.
Após muitas denúncias, o site foi tirado do
ar, mas não a lógica que está por trás dele. O racismo, o machismo, preconceitos
de todo tipo são elementos atuantes nas “leis de mercado”. Continua a valer a
velha combinação de humilhação e superexploração com leis facilmente ignoradas.
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