Sempre que se fala em saúde e educação, uma aparente unanimidade surge. Todos são
a favor de acesso universal, com qualidade. Não é bem assim. Em geral, têm grande
peso na grande mídia, governos e parlamentos propostas que procuram transformar
esses direitos em mercadoria.
É o que mostra, por exemplo, a matéria “Cobertura Universal de Saúde: a nova
aposta do capital”, publicada por André Antunes e Maíra Mathias na última
edição revista “Poli”, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz.
A reportagem denuncia a criação de uma Cobertura Universal de Saúde (CUS), defendida
pela Fundação Rockefeller e pelo Banco Mundial, com a cumplicidade da Organização
Mundial da Saúde.
O objetivo seria garantir “que todas as pessoas obtenham serviços de saúde de
boa qualidade quando assim necessitarem, sem que sofram danos financeiros em
seu pagamento”. Mas falar em pagamento significa ignorar que estes serviços já foram
pagos pelos impostos. Principalmente, aqueles que recaem sobre o consumo e atingem
fortemente os mais pobres.
A CUS não passa de um novo ataque neoliberal aos direitos das populações do
mundo. A própria ideia de cobertura remete ao mercado segurador. Só seria
atendido quem está “coberto” por um plano assistencial. E, mesmo assim, todos
sabemos como funcionam os planos de saúde. Paga-se caro para um atendimento de
qualidade muito duvidosa.
O verdadeiro objetivo da CUS é ampliar as fontes de especulação financeira. A proposta
foi oficializada em 2005, mas entrou no cenário econômico com força depois da crise
de 2008. A ideia é recuperar a saúde do grande capital às custas da saúde dos
povos do mundo.
Não deixe de ler a matéria,aqui
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