Os petistas costumam afirmar que os movimentos sociais devem disputar os rumos
do governo de seu partido. Que muitas disputas rolam soltas no Planalto, não há
dúvidas. O problema é quem está nessa briga em condições de vencê-la.
Veja-se o caso da indicação da senadora Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura.
Alguns militantes petistas pressionam para impedir a nomeação da maior
representante do agronegócio nacional. Mas a verdadeira guerra de bastidores está
fora do alcance desse valoroso pessoal.
O nome de Kátia causou crise séria, mesmo, foi no PMDB. A indicação da senadora
não agradou algumas poderosas frações dentre os sanguessugas pemedebistas. Mas
não se trata de interesses paroquiais.
O poderoso frigorífico JBS Friboi e Kátia não se bicam. Segundo ela, a empresa estaria
utilizando sua condição de monopólio para fazer concorrência desleal no mercado
agropecuário. Uma ação que prejudicaria corporações do setor que também são grandes,
mas nem tanto.
Por outro lado, a JBS vinha sendo beneficiada por várias medidas da Secretaria
de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura. Em outubro passado, por
exemplo, a Justiça condenou o órgão por ter beneficiado a JBS. O dirigente da
Secretaria é um apadrinhado do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha. Com Kátia
na Agricultura, a JBS teme perder essas regalias.
Enquanto isso, a “ilustre” ministeriável é acusada de ter recebido R$ 200 mil
para sua campanha eleitoral de um empresário investigado pela operação “Terra
Prometida”, da Polícia Federal. Trata-se da venda ilegal de lotes destinados à
reforma agrária.
Governo em disputa? Claro que sim. Mas meter-se nessa briga é pra quem gosta de
chiqueiro.
Leia também: O ministério de Dilma e a esquerda dos manifestos
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