A experiência erótica é vivida de forma semelhante por ricos,
remediados e pobres ou pode variar conforme a situação de classe?
Um dos capítulos do livro “A ralé brasileira”, organizado por Jessé Souza, ensaia uma resposta. Trata-se de “A miséria do amor dos pobres”, que discute a sexualidade entre as “meninas da ralé”.
Um dos capítulos do livro “A ralé brasileira”, organizado por Jessé Souza, ensaia uma resposta. Trata-se de “A miséria do amor dos pobres”, que discute a sexualidade entre as “meninas da ralé”.
Essas garotas são abusadas sexualmente por pais, irmãos mais velhos, primos,
colegas de escola. São deixadas à própria sorte por mães e avós acostumadas a receber
o mesmo tratamento desde sua própria infância.
O estudo afirma que as mais pobres entre as mulheres pobres sentem mais radicalmente a separação entre erotismo e afeto. O ato sexual torna-se muito semelhante a uma necessidade fisiológica em que elas cumprem papel desprezível.
Claro que mulheres das classes média e alta também podem sofrer esse tipo de violência. Mas as consequências seriam bem mais graves para aquelas que, na luta pela sobrevivência, se veem privadas do mínimo de dignidade e autoconfiança.
Segundo o livro, mulheres e meninas que vivem em seu cotidiano dimensões tão variadas como estudo, lazer, esportes, profissão e estabilidade familiar têm maiores chances de enfrentar os traumas causados por agressões sexuais ou simples desilusões amorosas.
Não precisamos concordar com as conclusões presentes em “A ralé brasileira”. A obra vale principalmente por sua recusa em aceitar como universais sentimentos que são vivenciados de maneira completamente distinta, conforme o lugar social em que se manifestam.
Relações eróticas podem ser dolorosamente significativas para alguns ou insuportavelmente cruéis para outros. No caso das mulheres mais pobres, elas costumam deixar cicatrizes nem um pouco simbólicas.
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O estudo afirma que as mais pobres entre as mulheres pobres sentem mais radicalmente a separação entre erotismo e afeto. O ato sexual torna-se muito semelhante a uma necessidade fisiológica em que elas cumprem papel desprezível.
Claro que mulheres das classes média e alta também podem sofrer esse tipo de violência. Mas as consequências seriam bem mais graves para aquelas que, na luta pela sobrevivência, se veem privadas do mínimo de dignidade e autoconfiança.
Segundo o livro, mulheres e meninas que vivem em seu cotidiano dimensões tão variadas como estudo, lazer, esportes, profissão e estabilidade familiar têm maiores chances de enfrentar os traumas causados por agressões sexuais ou simples desilusões amorosas.
Não precisamos concordar com as conclusões presentes em “A ralé brasileira”. A obra vale principalmente por sua recusa em aceitar como universais sentimentos que são vivenciados de maneira completamente distinta, conforme o lugar social em que se manifestam.
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