Em novembro, Juliana Carpanez escreveu um artigo chamado “A nova bolha” para o
blog http://tab.uol.com.br. O título refere-se a “bolhas personalizadas de
conteúdo” formadas a partir do modo como cada um usa a internete.
Por exemplo, os 1,3 bilhão do Facebook podem receber 1.500 novas histórias por
dia, mas o sistema filtra apenas 300 delas com base em nas escolhas feitas pelo
usuário em suas pesquisas virtuais. É o isolamento dos internautas em ambientes
cada vez mais restritos.
Recentemente, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou a Pesquisa
Brasileira de Mídia (PBM) 2015. Um dos dados relevantes mostra que a internete
é o meio que mais cresceu na preferência dos entrevistados, apesar de ainda
ficar atrás da TV e do rádio.
O Facebook está em primeiro lugar disparado, com 83% de preferência, bem à
frente do Whatsapp, com 58%. Ou seja, a adesão às bolhas virtuais se multiplica
a passos largos, já que o Whatsapp tende a ser ainda mais restrito a pequenos
grupos.
É verdade que o levantamento apresenta outras variáveis importantes. Por
exemplo, os entrevistados só confiam realmente em uma informação publicada na
internete quando ela é confirmada pelos jornais e TV, nesta ordem.
De qualquer modo, da rede de computadores, passando pelas rotativas e chegando
às ondas eletromagnéticas, está tudo monopolizado por alguns controladores
gigantes.
Não se trata apenas da perigosa influência em disputas eleitorais ou de
campanhas contra este ou aquele governo. Trata-se de um fenômeno que encolhe
horizontes e embota a capacidade crítica das pessoas. No máximo, forma os
eleitores que a grande maioria dos eleitos prefere.
Leia também: Na ausência da internete, pânico
social
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