Há 34 anos, em 08/12,
morria John Lennon. Com o passar do tempo, a grande mídia transformou o ex-Beatle
em um cara pacífico e doidão. Um cabeludo simpático e sonhador. Alguém cujas
lindas músicas são boas para cantar no Natal e no Ano Novo.
Mas o genial cantor e compositor foi um rebelde radical não apenas no terreno
musical. Em 1969, engrossando os protestos contra Guerra do Vietnã, ele e Yoko
Ono organizaram “luas-de-mel” de protesto. Logo após se casarem, foram para a cama
e chamaram os jornalistas.
Vestidos com seus pijamas, o casal recebia a imprensa cercados de cartazes pela
paz mundial. Deitados, divulgavam suas mensagens libertárias e compuseram a
música que se tornaria um hino do movimento contra a Guerra do Vietnã: “Give
peace a chance” (“Dê uma chance à paz”).
Mas Lennon e Yoko não ficaram apenas no discurso da paz e do amor. Já morando em
Nova York, passaram a apoiar abertamente o Partido dos Panteras Negras em sua luta
contra a violência racista da sociedade e do Estado norte-americanos.
Estas e outras posturas, como a defesa da descriminalização da maconha ou
apenas cultivar cabelos longos, tornou o casal um dos alvos prioritários do governo
Nixon. Foi dado início a um processo de expulsão dos dois dos Estados Unidos. Mas
após dez anos de batalhas judiciais, o governo estadunidense foi derrotado.
Jamais ficou provado que o assassino de Lennon fosse mais que um fã enlouquecido. Mas, certamente, os poderosos dos Estados
Unidos e do mundo comemoraram a desaparição do mais radical dos Beatles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário