A Lei Maria da Penha recebeu este nome em homenagem a uma mulher que foi vítima
de agressões de seu marido por 23 anos. Mas poucos sabem ou lembram que o
agressor era professor universitário.
Pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo (FPM), em 2013, mostraria que a
violência contra a mulher atinge toda a sociedade, independente de renda, cor,
escolaridade ou outros fatores. Mas dentre estes recortes, o nível de
escolaridade pode ser um bom indicador de acesso a renda e dos obstáculos
criados pelo preconceito racial.
Os dados da FMP indicam que a violência física atinge 19% das mulheres com
curso superior ou mais, contra 25% das que têm só o ensino fundamental. Já as
formas de controle ou cerceamento atingem 19% das mulheres com menor
escolaridade, contra 27% das mais graduadas. A “violência psíquico-verbal” afeta
igualmente todas as mulheres, com 21%. A agressão sexual atinge 11% das quem têm
ensino fundamental e 8% das mais escolarizadas.
Essa mesma uniformidade, porém, dificilmente será encontrada na estrutura
pública voltada para lidar com esse grave problema social. Um exemplo é a lei
que obriga o SUS a atender vítimas de estupro. Aprovada há um ano e meio,
ela ainda não foi colocada em prática. E a grande maioria das mulheres que recorrem ao
SUS são pobres.
Além disso, é inegável que a estrutura policial-judiciária tende a tratar as mulheres
agredidas como parcialmente culpadas pela agressão. Mas este tratamento será ainda
mais provável para uma moradora de favela, por exemplo.
Seja como for, não faltam exemplos de que o machismo reina igualmente entre trabalhadores
braçais e professores universitários.
Leia também: O país do “estupra, mas não mata”
Delicadíssimo. Assunto terrivelmente complexo. Eu vejo que a esquerda tenta simplificar, com o espírito de "lacração". Eu atendi um casal cuja esposa tinha vaginismo. O marido era um poeta ( tocava punheta pra preservar o casamento, cuidava dela como se fosse uma deusa). A esposa o trocou por um pedreiro violento. Faltava ao poeta a violência da masculinidade (exigida pela mulher, embora não - muito - verbalizada). Não há orgasmo sem violência (não tenho medo de usar esse conceito). Por isso é delicado. Como usar a violência do ato sexual para demonstrar devoção incondicional? Muitos homens conseguem. Alguns não entendem e violam e matam. Precisamos ensinar essa masculinidade e não emascular os homens.
ResponderExcluirRealmente, bem complexo. Mas será que dá pra chamar isso de violência?
ExcluirEntendo que muitas vezes o ato sexual exige força e até brutalidade,
mas aí só consideraria violência se saísse do terreno do consensual.
Eu faço as provocações para ouvir sua opinião. Que adiantaria dizer apenas "sim, concordo" e não aproveitar e extrair um pouco mais do seu conhecimento? rsrsrs
ResponderExcluirRsss. Só que eu tô aprendendo mais...Abraço
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