O segundo governo Dilma nem
começou e já provoca decepções. Mas elas são injustas.
Logo após a indicação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, o
ultraneoliberal tucano Gustavo Franco publicou um artigo comparando a nomeação à
Carta aos Brasileiros, divulgada por Lula em 2002. Era a chamada Carta aos
Banqueiros, que assegurava que os interesses do setor financeiro não seriam
prejudicados.
Eleito, Lula foi coerente. Nomeou o banqueiro tucano Henrique Meirelles para o
Banco Central. No período seguinte, surgiu uma combinação de fatores que
permitiu um crescimento econômico que há muito tempo não se via no País. Dentre
esses fatores, destacam-se uma enorme expansão da economia mundial e a explosão
dos preços das commodities. Sorte de Lula.
O azar de Dilma foi iniciar seu governo em plena crise mundial. Demorou, mas a
onda que vinha paralisando as economias centrais desde 2008 derrubou a demanda
mundial por commodities e, junto com ela, o ritmo da economia brasileira. Dilma
assumiu com um déficit externo de 30 bi. Encerrou seu segundo
mandato com 80 bi negativos.
O fato é que do 1º ao 12º ano de mandatos petistas no governo federal, o País
jamais deixou de ser tão dependente da economia mundial como sempre foi. Mudou
apenas o fator principal dessa dependência: o agronegócio, que cria poucos
empregos e produz injustiça social e destruição ambiental em doses tóxicas.
Portanto, não há nada de muito decepcionante nas escolhas econômicas de Dilma. Decepção, mesmo, é ver aquela que foi torturada nos porões da ditadura
defender uma lei de anistia feita para perdoar seus carrascos.
Leia também: Um
governo em disputa... na lama
Nenhum comentário:
Postar um comentário