Em 30/10, o PMDB lançou o documento “Uma
ponte para o futuro”. Deveria se chamar “Ponte para o atraso neoliberal”. Não à
toa, Folha e Globo gostaram. E compararam a proposta à “Carta aos Brasileiros”,
lançada por Lula em 2002.
Basicamente, a carta petista prometeu
respeitar o essencial do neoliberalismo. Em especial, o pagamento da
pornográfica dívida pública, que sangra os orçamentos das áreas sociais todos
os anos. Como o cumprimento da promessa ficou ameaçado nos últimos meses, os peemedebistas
se propõem a renová-la.
Afinal, os dois jornalões consideraram
a proposta positiva no que diz respeito à “política econômica”. Por política
econômica entenda-se manter o pagamento diário de mais de R$ 1 bilhão somente
em juros da dívida pública.
Os pilares da tal “ponte” são o fim dos
gastos obrigatórios com saúde e educação e a idade mínima para a aposentadoria.
A primeira medida diminuiria o “engessamento” do orçamento federal, dizem os
jornalões. É verdade. No lugar do gesso, a fratura exposta dos serviços públicos.
Já quanto à aposentadoria, mais uma vez as mudanças pretendem atacar direitos dos
trabalhadores.
Para a Folha a proposta permitiria ao
PMDB “apresentar-se, em algum momento, como alternativa viável de poder”. Só
teria que se livrar do fisiologismo que empesteia o partido. Como isso é
impossível, o Globo sugere que o PT assuma a proposta.
Incapazes de resistir às pressões
vindas de cima, é muito provável que os petistas aceitem a empreitada. Para
permitir travessia segura para o grande capital, assumiriam a construção da
“ponte” peemedebista. Sob ela, ficariam os explorados de sempre. Agora, a
receber mais cusparadas que migalhas.
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