Em 10/03, Mauro Iasi publicou no blog da Boitempo o
ótimo artigo “A crise do PT: o ponto de chegada da metamorfose”. Iasi é autor
de uma tese de doutorado que se transformou no livro “As metamorfoses da
consciência de classe: o PT entre a negação e o amoldamento”, lançado em 2006.
No artigo, Iasi volta a fazer uma citação que aparecia
em seu estudo:
Genericamente, na sociedade
industrial moderna, os partidos políticos da ordem nascem e atuam
fundamentalmente no terreno das instituições representativas do Estado. O seu
modo de ser e sua atuação política têm como referência e destino estar aí,
operando em algum dos aparatos do Estado. A forma como estes partidos se
organizam e se estruturam já vem marcada por este objetivo interesseiro, o de
conservar a funcionalidade do estado de coisas estabelecido. Ou, no máximo,
moldando as exigências de mudanças a um esquema de representações
significativas que não abalem os alicerces das relações sociais determinadas
pelo conservadorismo. Estes partidos mantêm uma relação com as massas populares
essencialmente manipulatória, fazendo-as crer que a sociedade (e o Estado) só
terá garantias de funcionamento se determinados limites não forem ultrapassados
e se determinados esquemas funcionais forem mantidos. E não poucas vezes, a
manipulação e a mentira são revestidas com discursos moralizantes para encobrir
a sua descarada hipocrisia.
Seu autor é José Genoino e está no livro “Pra que
PT?”, organizado por Moacir Gadoti.
A publicação é de 1989. O que era para ser uma
análise sobre as fileiras inimigas tornou-se uma profecia que se voltou contra
seu autor e o partido que viria a presidir.
Leia o artigo, aqui.
Leia também: Algumas pílulas sobre como chegamos à atual
crise
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