Pelo menos 35,5 milhões de menores de cinco anos passam
mais de uma hora por dia sozinhos ou sob a supervisão de outra criança com
menos de 10 anos.
Os números são da pesquisa “Trabalho de Mulher: Mães,
Crianças e a Crise na Assistência à Infância”, realizada pela organização britânica
“Overseas Development Institute” e publicada pelo El País, em 06/03.
Trata-se de “uma crise mundial de assistência à infância
que atinge em cheio os mais pobres”, dizem os autores do estudo.
O “trabalho não remunerado de atenção à criança
representa 10 bilhões de dólares por ano”, conclui o levantamento. O valor representa
13% do PIB mundial.
A pesquisa constatou também uma diferença salarial de 42%
a menos para as mães trabalhadoras em “países em desenvolvimento”, 37% na China
e 21% no Reino Unido.
Por fim, o levantamento descobriu que somadas as
responsabilidades remuneradas e não pagas, as “mulheres trabalham, em média,
cinco semanas a mais por ano do que os homens”.
Na verdade, quem está ganhando com essa situação são os
patrões, que livram de seus custos de produção os desembolsos com creches,
auxílio-escolar e isonomia salarial.
No Brasil, não poderia ser diferente. Acabamos de saber pelo
IBGE, por exemplo, que a jornada de trabalho semanal feminino ultrapassa em 5
horas a jornada masculina.
E é no Brasil, também, que temos uma mulher na
presidência disposta a negociar mudanças na Previdência que prejudicam as trabalhadoras.
Especificamente, com o aumento do tempo para a aposentadoria.
A resposta só pode ser feminista. Com mais resistência e
mais luta!
Leia também: O voto das mulheres e sua jornada de
trabalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário