O mais
recente estudo da ONG britânica Oxfam mostrou que somente oito bilionários
acumulam riqueza equivalente à da metade mais pobre da população mundial. No
total, essa super-elite tem US$ 426 bilhões. Já à metade mais pobre da humanidade,
restam US$ 409 bilhões.
Segundo
matéria de Lucianne Carneiro, publicada no Globo em 15/01, o número de
bilionários nessa condição era de 62, em 2015. O número baixou para oito depois
de incluídos novos dados de países como China e Índia. É que foram adicionados
muito mais pobres à conta.
Enquanto
isso, a matéria “Tudo por um milionário”, publicada por Ana Paula Ribeiro na
mesma edição do Globo, revela uma desigualdade mais próxima de nós. Trata-se do
segmento nacional do chamado “private banking”. São “107 mil brasileiros -
pouco mais que a população de Japeri, no Rio”.
A
reportagem afirma que esses clientes dispõem “de cerca de R$ 816 bilhões em
aplicações financeiras. Na média, cada um tem R$ 7,4 milhões aplicados”. Em
forte contraste, a grande maioria dos outros correntistas têm aplicações no
valor médio de R$ 13,7 mil.
Esta
enorme disponibilidade financeira permitiu, por exemplo, que um cliente
“private” do Bradesco utilizasse o cartão de crédito para comprar um
apartamento de R$ 1,5 milhão. Ou que outro conterrâneo igualmente “vip” seja
proprietário do imóvel que abriga a loja da Prada na Avenida Champs-Élysées, em
Paris.
Esse
pessoal obtém empréstimos pagando juros muito inferiores aos praticados no
mercado, diz a reportagem. É o que se costuma chamar de "operação
estruturada". Já ao sistema que permite tamanha concentração de riqueza,
poderíamos chamar de “roubo estruturado”.
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