O fim
do capitalismo é inevitável. Só não dá pra organizar um bolão para ver quem
acerta quando acontecerá. É mais ou menos isso que diz ”How Will
Capitalism End?”, livro recentemente lançado por Wolfgang Streeck. Segundo ele,
não se trata de saber se o capitalismo vai acabar, mas como.
Streeck
publicou um artigo que resume seus argumentos na edição 87 da revista britânica “NewLeft Review”. Com o mesmo título do livro, o texto traz o seguinte trecho:
É um preconceito marxista, ou melhor, modernista, a ideia
de que o capitalismo como uma época histórica só terminará quando uma sociedade
nova e melhor estiver à vista e um sujeito revolucionário pronto a
implementá-la para o avanço da humanidade.
De
fato, os marxistas deveriam ser os últimos a pensar assim. É verdade que Marx e Engels disseram no Manifesto Comunista que o socialismo é uma necessidade
histórica a ser construída pelos explorados de forma revolucionária. Mas eles
também consideraram possível que uma saída desse tipo se inviabilizasse
causando a “ruína comum das classes em conflito”.
“Ruína comum das classes em conflito”
é apenas outro nome para a barbárie. Um desfecho nada improvável diante, por
exemplo, do
resultado das últimas eleições nos Estados Unidos. Ou de possibilidades
semelhantes na Europa. Sem falar em tragédias como a guerra na Síria.
Streeck
apresenta as várias contradições que devem levar o capitalismo à falência.
Voltaremos a comentá-las, em breve. Enquanto isso, continua valendo a ideia
marxista de que é necessário acabar com o capitalismo pela revolução. Até
porque, do contrário, sobrará pouca gente para participar de um bolão.
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Não conhecia o livro, valeu pela dica! Abraço, Agnaldo
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