Doses maiores

13 de janeiro de 2017

Realmente, Obama é de chorar

Correram o mundo as imagens de Obama às lágrimas durante seu discurso de despedida da Casa Branca. Certamente, fizeram muita gente chorar. Mas as lamentações relacionadas ao presidente que está de saída nem sempre ocorrem por simpatia a suas realizações.

É o caso do filósofo estadunidense Cornel West, que também é militante pelos direitos civis e líder dos Socialistas Democráticos da América. Professor da Universidade de Harvard, ele publicou o artigo “É lamentável o triste legado de Barack Obama” no The Guardian, em 09/01.

Os trechos abaixo servem como amostra para o que diz o restante do texto:

A falta de coragem de Obama para enfrentar os criminosos de Wall Street e seu lapso de caráter ao ordenar os ataques de drones deflagraram involuntariamente revoltas populistas de direita no país e terríveis rebeliões fascistas islâmicas no Oriente Médio. E, (...) com cerca de 2,5 milhões de imigrantes deportados, as políticas de Obama prenunciaram os planos bárbaros de Trump.

West também atribui ao atual presidente grande parte da responsabilidade pela eleição de seu sucessor. Segundo ele, é provável que Bernie Sanders tivesse chances maiores de derrotar o republicano. Mas sua candidatura “foi esmagada por Clinton e Obama nas desleais primárias do Partido Democrata”.

O resultado foi a vitória de “um presidente branco mentiroso e repugnante”, cuja posse West considera ser o início de uma “era neofascista”. Um período marcado por “uma economia neoliberal de esteroides, uma atitude repressiva reacionária a ‘alienígenas’ domésticos, um arsenal militar ansioso por uma guerra e a negação do aquecimento global”.

Mas digno de lamento, mesmo, é o fim definitivo da democracia estadunidense.

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