Assim
como o partido de massa refletiu a natureza e as tendências da sociedade
industrial, o partido digital internaliza o modelo de plataforma popularizado
por empresas como Google, Facebook e Amazon.
Por isso, o autor também
chama essa nova organização de "partido plataforma". Um modelo partidário
que procura reproduzir a lógica das plataformas das redes digitais em sua
própria estrutura de tomada de decisões.
Tão "faminto por dados"
como as corporações nascidas no Vale do Silício, o partido plataforma procura expandir
constantemente sua base de dados e rede de contatos.
Essa configuração baseada
na utilização da tecnologia digital proporcionaria uma nova democracia de base,
mais aberta à sociedade civil e à intervenção ativa de cidadãos comuns.
Semelhante a uma “startup”,
como Uber e Airbnb, teriam a mesma capacidade de crescer muito rapidamente. Um exemplo
é o Movimento Cinco Estrelas, que, com menos de uma década de existência, tornou-se
o maior partido italiano e atualmente integra o governo nacional.
No entanto, diz
Gerbaudo, diferente do que dizem alguns de seus defensores, tal reestruturação
organizacional do coletivo partidário não resultou em uma difusão radical do
poder ou levou a uma situação na qual todos têm peso igual.
Uma das principais razões para isso
é que o partido plataforma tende a deslocar a ênfase do conteúdo para o
processo. Como nas redes virtuais, é fácil entrar e participar. E, como nelas, muito
difícil entender do que exatamente se está participando e quais seus objetivos globais
concretos.
Não à toa, o Cinco
Estrelas descambou rapidamente para posições de direita.
Bom.
ResponderExcluir