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partido digital responde a uma questão fundamental: a necessidade de atualizar
radicalmente as formas organizacionais de política e adaptá-las à era digital.
O problema, diz
Gerbaudo, “é como abordar os limites do partido digital e transformar essa proposta
partidária em um meio não apenas para a democracia digital, mas para a
democracia amplamente definida”.
Esta tarefa mostra-se mais
urgente, diz ele, porque esse modelo organizacional continuará a se espalhar em
diferentes sistemas políticos, incluindo os partidos tradicionais.
Para Gerbaudo quatro
questões deveriam nortear a construção dos partidos digitais como instrumentos
de verdadeira transformação social.
Primeiro, mais peso
precisa ser dado às iniciativas de baixo para cima.
Em segundo lugar, a
gestão de plataformas e processos de tomada de decisão devem ser atribuídas a um
comitê independente, democraticamente eleito.
Terceiro, é preciso buscar
novas formas de integração social, além de ampliar os contatos presenciais.
Quarto, é preciso abandonar
o preconceito excessivo contra a burocracia, bem como a obsessão com o
participacionismo.
Além disso, evitar a dependência
exagerada da exploração do trabalho voluntário dos membros do partido.
Também é importante ter consciência
de que “relações de poder podem ser rearranjadas, mas nunca completamente
eliminadas, independentemente da perfeição e suposta neutralidade das
ferramentas utilizadas”.
Por fim, é preciso combater
as utopias tecnológicas ingênuas, mas também a fobia em relação ao novo que, frequentemente,
atinge muitos setores da esquerda.
Aliás, diríamos, o novo
jamais deveria nos assustar. Deve ser, antes de tudo, compreendido e, conforme
o caso, assimilado ou combatido.
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Partidos
digitais, precisamos falar sobre eles
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