Para explicar, ele cita o
teórico da comunicação estadunidense, Neil Postman:
O
tecnopólio é um estado de cultura. Também é um estado de espírito. Consiste no endeusamento
da tecnologia, o que significa que a cultura busca sua aprovação na tecnologia,
encontra suas satisfações na tecnologia e recebe ordens da tecnologia.
Sob seu império, diz Vaidhyanathan:
A
aprendizagem torna-se uma questão de pesquisar, copiar e colar em vez de
imergir, considerar e deliberar. Todos são quantificados. Todos estão expostos.
Todos estão em guarda. Todos exaustos.
O tecnopólio surgiu
sorrateiro no alvorecer do século 20, diz ele. Em 1992, uma canção de Bruce
Springsteen descreveu seu poder sem explicitá-lo: "Cinquenta e sete canais
e nada". “Hoje, perdemos a conta de quantos canais são”, afirma.
Apesar disso, Vaidhyanathan
afirma que não pretende sair do Facebook. “O longo e lento processo de mudar
mentes, culturas e ideologias nunca produz resultados em curto prazo”, diz.
Para ele:
...a
resposta mais frutífera aos problemas que o Facebook cria, revela ou amplifica
seria reinvestir e fortalecer instituições que geram conhecimento profundo e
significativo.
Seria possível concordar com o autor se
gerar conhecimento profundo e significativo em uma sociedade movida pela busca
do lucro acima de tudo não fosse cada vez mais inviável.
É o que mostra, por exemplo, o
surgimento dos chamados partidos digitais, cujo funcionamento fortemente condicionado
pela tecnologia parece potencializar a democracia, mas pode derrotá-la definitivamente.
Tecnopólio, enfim, é só outra forma de
monopólio do poder. Poder de classe.
Leia também:
O bode de estimação do Facebook
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