O
autor compara os partidos digitais a empresas “startups”. Com seu pequeno “capital
inicial” e equipe central enxuta, conseguem se movimentar agilmente, desorganizando
o “mercado” e atraindo “clientes”.
O
Cinco Estrelas, por exemplo, tem um “não-estatuto” e seu endereço oficial é o
blog de Beppe Grillo, seu dirigente máximo. O mesmo a quem seus liderados se
referem, muito contraditoriamente, como um “não-líder”.
Lideranças
influentes, grandes sedes, regulamentos detalhados, corpos profissionalizados. Tudo
isso deve ser abandonado. Simbolizariam opacidade, burocratização, falta de
democracia e sigilo.
Já
as estruturas locais, devem ser soltas, informais e em rede. Mas Jorge Lago, dirigente
do Podemos, por exemplo, argumenta que essas instâncias não são um espaço para
decisão, mas para ação. O grande risco está na velha separação entre decisão e execução.
O
Cinco Estrelas começou a organizar seus grupos de base em 2005. Eram assembleias
abertas, discutindo diferentes questões. Em 2013, o partido entrou no parlamento.
Em 2015, os coletivos locais perderam poderes. Passaram a falar em nome do
partido apenas seus representantes institucionais.
Nas
atuais condições sociais, as pessoas estão mais relutantes ou ocupadas demais
para participar de reuniões presenciais do que na era industrial. Nesse contexto,
fragilizar grupos locais de debate e deliberação fragmenta a participação.
O
processo decisório passa a depender do acesso individual a computadores e
smartphones. Algo que pode ser desastroso para a democracia partidária. Afinal,
não existe tecnologia neutra.
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