Em
sua coluna de 11/03/2019, na Folha, Celso Rocha de Barros cita o economista estadunidense
Brad De Long:
“Barack Obama assumiu a Presidência com o plano de
saúde de Mitt Romney, o plano de combate à mudança climática de John McCain, e
a política externa de George H.W. Bush”. Romney, McCain e Bush pai sempre foram
vistos como republicanos moderados.
Entretanto, pergunta o economista: algum desses
moderados disse uma única palavra de apoio a qualquer coisa que Obama tenha
feito em oito anos? “No”, conclui, “they fucking did not”.
Segundo
o entrevistado, os neoliberais norte-americanos deveriam conversar diretamente com
“socialistas” como o senador Bernie Sanders, porque já não há mais uma
centro-direita por lá. Os A turma neoliberal moderada dos anos 1990 já era, diz
ele.
Barros,
por sua vez, afirma que diferente dos Estados Unidos, no Brasil a grande derrotada
foi “a esquerda socialista”. Portanto, caberia a ela procurar os moderados do
neoliberalismo. Figuras tucanas da linha Pedro Malan ou tucanizadas da espécie Palocci,
por exemplo.
Isso
porque, diz Barros, nos dois países, é preciso reconstruir o centro, “e a
direita não parece interessada em fazê-lo”.
Mas
de fato, no Brasil, a direita jamais esteve interessada em construir posições centristas.
E, nos raros momentos que o fez, foi sob pressão de lutas radicalizadas travadas
pelos de baixo.
Sempre
que puderam, “nossas” classes dominantes preferiram adotar medidas ultraconservadoras.
Muitas vezes, graças às ilusões da “nossa” esquerda quanto ao respeito delas por
leis e justiça social.
Ou
seja, traduzindo a proposta do economista estadunidense para o contexto local:
Buscar alianças com o centro neoliberal? Porra nenhuma!
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