Os partidos digitais são
o tema do livro “The Digital Party”, recém-lançado e ainda sem tradução para o
português. O autor é Paolo Gerbaudo, diretor do Centro de Cultura Digital no
King's College, em Londres.
Segundo Gerbaudo, os
pioneiros foram os Partidos Piratas, surgidos em países do Norte da Europa.
Mais recentemente, surgiram formações de esquerda como o “Podemos” espanhol e “França
Insubmissa”. Outro exemplo é o “Cinco Estrelas” italiano, cada vez mais
inclinado à direita.
Eles prometem uma nova
política apoiada pela tecnologia digital. Alegam que seria mais
democrática, mais aberta às pessoas comuns, mais imediata e direta, mais
autêntica e transparente.
Seriam a solução para o
déficit democrático que transformou os partidos tradicionais em instituições
dominadas por tecnocratas e políticos que servem apenas a si mesmos.
Pretendem resolver a
crise da democracia, a partir da organização que, tradicionalmente, sempre agiu
como o principal elo entre os cidadãos e o Estado: o partido político.
No entanto, tal
reestruturação organizacional não leva, como alguns de seus defensores
gostariam que acreditássemos, a uma difusão radical do poder na organização,
nem leva a uma situação na qual "todos têm o mesmo peso",
Pelo contrário, há uma
tendência mais ambígua. Uma crescente concentração de poder nas mãos do líder
do partido carismático, a quem o autor descreve como "hiperlíder",
acompanhado de uns poucos à sua volta.
Uma "democracia
reativa" que se manifesta pelo domínio de formas de um "engajamento
democrático passivo". Constantemente retroalimentadas por intervenções da
liderança, feitas de cima para baixo.
Partidos digitais, vamos
falar sobre eles.
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