Doses maiores

21 de junho de 2022

As ambições totalitárias da Google e Cia.

Em 17/06/2022, o colunista Pedro Doria escreveu sobre um recente encontro promovido por executivos do Google no Brasil. Eles anunciaram, entre outras coisas, “a criação de endereços numéricos, georreferenciados por mapas, para casas nas favelas brasileiras”.

“Em nosso País, comenta Doria, tem mais gente com celular do que gente com endereço, e ter endereço quer dizer poder fazer buscas de preços mais baixos para comprar online. A empresa vai distribuir também bolsas de estudo para quem quiser dominar tecnologia, aprendendo no nível técnico profissões do século 21”.

Ele admite que a Google “não está sendo bonzinho”. Afinal, afirma corretamente, trata-se de criar “mercado consumidor para seus produtos”. Mas, adverte, “a ideologia conduz a ação”. A Google “não vê só o andar de cima” no Brasil. Enquanto direita e esquerda são cegas para o potencial “empreendedor”, um monte de gente quer “montar um negócio, ser o próprio patrão, empregar gente”, diz Doria. E encerra perguntando: “Por que é preciso uma multinacional para que possamos enxergar aquilo que é evidente?”.

O colunista dá pouco destaque ao fato de que a Google está a serviço não apenas do “livre mercado”, mas do mercado livre de qualquer intromissão do Estado. Uma “ideologia” claramente a serviço das forças de direita. Portanto, não paira acima dos mundanos conflitos de esquerda e direita.

É mais do que isso. Gigantes como Google, Facebook, Twitter, Microsoft, Amazon não gostam de Estado. Mas atuam cada vez mais como um Estado totalitário mundial. E o fazem pelo consumo e pelo controle ideológico mais sutil, invadindo nossas casas e locais de trabalho por nossa própria iniciativa.

Leia também: Google e Amazon de olho nas oportunidades do apocalipse

2 comentários:

  1. Excelente reflexão, Sérgio! Isto é que é aproveitar o reflexivo e a empatia pelos pobres do mundo usados pelo PODER dos Senhores do planeta! Abraço, Luitgarde

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