Em seu livro “Black Power”, Charles V. Hamilton e Kwame Ture tratam o racismo institucional reinante nos Estados Unidos como um tipo de “colonialismo”.
Segundo eles, os chefes políticos brancos governam a comunidade negra da mesma forma que a Grã-Bretanha governava as colônias africanas: por governo indireto. A estrutura de poder branca domina a comunidade negra através de negros que aceitam esse papel de meros fantoches.
A atuação de associações de italianos e irlandeses, por exemplo, é respeitada como parte do jogo democrático. A união de negros em defesa de seus direitos é vista como uma ameaça à nação. Suas organizações estão sempre a um passo de serem considerados terroristas.
A estrutura de poder colonial colocou sua bota no pescoço dos negros e quando eles tentam se livrar dessa situação são acusados de “não estarem prontos para a liberdade”. A emancipação legal dos escravos jamais mudou a mente dos racistas. Eles acreditam em seu pretenso status superior, não em documentos de papel.
Dizem que vivemos todos em uma só nação, lembram os autores. Mas se essa nação falha em proteger seus cidadãos, ninguém pode condenar aqueles que recorrem à autodefesa para se preservar. Afinal, perguntam, quem não defenderia sua família e seu lar de um ataque?
É por isso que defendemos a necessidade de um Poder Negro, afirmam. Não há como fazer valer a liberdade e a dignidade da população negra se não a partir de uma posição de força. Enfrentando os opressores como aquilo que são: inimigos.
O livro foi lançado em 1967, em plena batalha por direitos para os negros estadunidenses. A guerra continua.
Leia também: O racismo como dominação colonial
Perfeito
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