Charles V. Hamilton e Kwame Ture defendem no livro “Black Power” que as relações entre negros e brancos nos Estados Unidos são uma forma de colonialismo.
Em 1967, ano de lançamento da obra, já existiam muitos presidentes africanos, mas os autores lembram que os países por eles governados eram, na verdade, controlados por França, Bélgica ou Inglaterra, suas antigas metrópoles coloniais.
A Los Angeles da época tinha um prefeito afrodescendente, mas ele era tenente da polícia e o terrorismo policial racista aumentou. Se isso não é o mais puro neocolonialismo, perguntam eles, o que é?
Não pode haver ordem social sem justiça social. Por isso, dizem eles, os brancos devem ser levados a entender que precisam parar de mexer com os negros, ou os negros vão revidar! Isso é o Poder Negro, afirmam.
Segundo eles, lideranças políticas negras que defendem uma atuação pacífica conseguem, no máximo, recompensas simbólicas que a parte rica da sociedade está disposta a conceder. Por isso, uma luta “não-violenta” é “um luxo que os negros não podem ter”.
Lembram que, certa vez, Malcolm X disse: “A revolução é sangrenta. Não conhece nenhum compromisso. Derruba e destrói tudo em seu caminho.”
Mas para os negros dos Estados Unidos, afirmam, mesmo a luta por reformas tem sido sangrenta. Portanto, derramamento de sangue não é um obstáculo para a revolução. “Nosso obstáculo é a falta de organização política de massa”.
Hamilton e Ture dizem que não defendem reformas para evitar a revolução. Em vez disso, pretendem que elas ajudem a avançar rumo à “revolução africana e, consequentemente, rumo à revolução socialista mundial”.
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