Doses maiores

17 de março de 2023

Demissões, barbárie e fascismo

Em 09/03/2023, a Meta, controladora de WhatsApp, Facebook e Instagram, anunciou uma “reestruturação global”. Nome pomposo para medidas que pretendem demitir 11 mil funcionários, ou 13% de sua força de trabalho.

Após o anúncio das demissões, as ações da Meta, que acumulavam queda de 70% na bolsa Nasdaq, de Nova York, começaram a subir e fecharam em alta de 5%.

A mera perspectiva de demissões em massa bastou para que o “mercado” recuperasse a confiança na corporação responsável pelas dispensas. Segundo os critérios empresariais, colocar gente no olho da rua é demonstração de eficiência e deixa os acionistas muito felizes.

E isso não vale apenas para o monopólio das redes virtuais. Há muitos anos, os neoliberais dizem que um elevado nível de desemprego é saudável para a economia. Ajuda a manter os salários baixos e o mercado estável.

As consequências desse lógica, como precariedade, desigualdade, injustiça, sofrimento e miséria, não interessam. Elas não aparecem nos balanços empresariais.

Nesse momento, é importante lembrar que, no “Mein Kampf”, Hitler afirmou que a luta de classes não é inerente ao capitalismo. Segundo o genocida alemão, os conflitos classistas só começaram quando surgiu o capital por ações. Essa inovação financeira teria destruído a ligação pessoal que até então unia patrões e trabalhadores.

Tudo isso não passa de um delírio. Nunca houve uma ligação pessoal entre patrões e trabalhadores que não passasse pela exploração. Mas é um delírio que o capitalismo reforça, criando um estado de barbárie social. Essa lógica desumana e irracional do ponto de vista dos interesses da grande maioria abre avenidas para o avanço do fascismo.

Leia também: Capitalismo: merda em todo lugar ao mesmo tempo

Um comentário:

  1. Mais uma prova que capital e trabalho combinam só quando se pode explorar ao máximo a força de trabalho. Que coisa louca, bem visível os capitalistas de um lado e o desemprego do outro. Muito se fala em desemprego como algo comum, ele significa morte de um jeito ou de outro de pessoas. A banalização do mal.

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