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27 de março de 2023

Os negros estadunidenses contra o racismo e a exploração

Nos anos 1960, a urbanização da população negra nos Estados Unidos teve importantes desdobramentos. Trabalhadores negros aderiram aos sindicatos às dezenas de milhares. Milhares deles também haviam combatido na Segunda Guerra. Tendo lutado pela “democracia” no exterior, eles voltavam acreditando que deveriam ter mais direitos em seu próprio país.

Tudo isso aumentou sua confiança no combate ao racismo. Mas também era época da caça às bruxas promovida pelo Senador McCarthy contra qualquer pessoa suspeita de ser comunista.

Asa Philip Randolph, o mais proeminente líder negro e sindicalista do período, apoiou totalmente o expurgo anticomunista dos sindicatos. A Associação Nacional pelo Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, em inglês) e outras organizações negras também se juntaram à caça aos comunistas, ansiosas para provar seu patriotismo.

A base social desse conservadorismo era uma classe média negra formada por homens de negócios e profissionais de sucesso. Tinham belas casas, carros luxuosos e casacos de pele. Odiavam o “comunismo” e o “socialismo” tanto quanto qualquer americano branco.

No entanto, os negros haviam se tornado um segmento permanente e crescente da força de trabalho estadunidense. E às lutas contra a exploração econômica juntava-se a resistência à brutalidade racista. Um forte movimento por direitos civis para a população negra começava a surgir gradualmente.

Até que, em 1955, no Mississippi, Emmett Till, um garoto negro de 14 anos foi brutalmente assassinado por dois homens brancos. Os responsáveis foram julgados em menos de um mês, absolvidos em cerca de uma hora. Mas este caso será tema de uma próxima pílula desta série sobre o livro “Libertação Negra e Socialismo”, de Ahmed Shawki.

Leia também: Ascensão e declínio do PC estadunidense

Um comentário:

  1. Interessante essa história de cooptação dos pretos pelo sistema capitalista e os transformando em anticomunistas ferrenhos.

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