O governo Dilma
agiu corretamente ao pressionar os bancos a baixar os juros. Mas os bancos
continuam a praticar taxas insultantes. E a festejar às nossas custas.
Teoricamente,
juros para empréstimos são altos porque há risco de que o devedor não pague.
Mas não é assim que funciona no capitalismo atual. Dominada por monopólios, a
economia de mercado tem suas leis manipuladas muito mais facilmente.
Tomemos o
exemplo crédito consignado. Os bancos prometeram reduzir a taxa de juros desse
tipo de empréstimo para 0,89%. Algo em torno de 12% anuais. Bem superior à taxa
Selic para um tipo de operação de risco zero. Afinal, o pagamento é descontado
diretamente do salário, aposentadoria ou pensão do emprestador.
Isso acontece
porque dos 157 bancos existentes no País, apenas cinco concentram mais de 70%
do mercado. E dados do Banco Central mostram que nos últimos três anos cinco
bancos médios brasileiros deixaram de existir devido a fusões e aquisições.
Trata-se de um setor altamente concentrado.
Mas, mesmo em
um setor monopolizado, há interesse em ampliar a clientela. As taxas praticadas
pelos bancos brasileiros não indicam isso. É que os bancos têm à sua disposição
um negócio muito mais rentável. É a aplicação em papéis da enorme dívida
pública brasileira. Assunto que se tornou tabu para jornais e governos.
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