Mas
o outro lado também pode inspirar desconfiança. É o que procura mostrar a
matéria “Monotonia conveniente: a ideologia aquecimentista”, publicada na
revista Contracorrente, de outubro de 2011. Seu autor é Oswaldo Sevá,
engenheiro mecânico, doutor em Geografia Humana e professor da Unicamp.
Um
trecho dá ideia do tamanho do problema. Trata-se da opinião de Luis Carlos
Molion, meteorologista que representa no Brasil a Organização Meteorológica
Mundial. Ele foi entrevistado pelo site UOL Ciência e Saúde, em dezembro de
2009. Na época, acontecia a COP 15, em Copenhague. Sobre a influência
humana na mudança de temperatura do planeta, Molion afirmou:
Os fluxos naturais dos oceanos,
pólos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de toneladas de emissões por ano.
A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O
homem coloca apenas 6 bilhões de toneladas, portanto as emissões humanas
representam 3%. Se, nessa conferência ,conseguirem reduzir a emissão pela
metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões? Não vai mudar
absolutamente nada no clima.
Mas
o que levaria tanta gente a insistir na responsabilidade humana nos problemas climáticos?
Gente, inclusive, bastante poderosa, como o ex-vice-presidente estadunidense Al
Gore. Cevá ajuda a esclarecer:
No início de outubro deste ano,
organizamos na Unicamp um Fórum intitulado “Injustiça Ambiental e Saúde: os
atingidos pela poluição do ar”, no qual pesquisadores universitários e
lideranças de entidades não governamentais levaram o seu testemunho e
experiência sobre o avanço dramático dos números medidos de poluição do ar
(poeiras, fumaças, hidrocarbonetos, inclusive os aromáticos bastante
patogênicos, gases de nitrogênio e de enxofre, precursores de chuvas ácidas e
de ozônio respirável) e sobre a degradação das condições de vida de populações
em áreas carboníferas, siderúrgicas e do agronegócio. Esses temas e assuntos
cruciais para a saúde e sobrevivência do ambiente e da espécie humana vêm sendo
obscurecidos, desprezados e omitidos pelos que, nas empresas, governos,
universidades e ONGs, passaram a seguir a moda e o credo aquecimentista. Muito
antes de aquecer, se é que aquece… a atmosfera está certamente sendo
envenenada.
Faz
sentido. É bom ficarmos de olho nesse debate. Entre os que combatem o uso dos
combustíveis fósseis não há só mocinhos.
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