De
uns 50 anos para cá, a informação tornou-se bem altamente rentável. Incluindo aquela
contida em bens culturais e de entretenimento. Ocorre que informação é algo cujo
estado natural é o de abundância, não de escassez.
A
troca rápida e barata de dados pela internete agravou o problema. Daí, a enorme
guerra em torno da propriedade intelectual. Conflito que envolve empresas
gigantes e governos poderosos. Na verdade, o objetivo é criar gargalos que tornem
a informação escassa.
A rigor,
é como tentar reter água em balde furado. E, agora, mais um buraco parece estar
se abrindo no recepiente. Trata-se do BitTorrent Live. Reportagem de Mariano
Blejman para o jornal Página/12, em 10/04, explica que o programa:
...funciona exatamente ao contrário
da forma como funcionavam, até agora, as transmissões ao vivo: quanto mais
pessoas estão conectadas a um mesmo serviço, mais veloz pode ser a conexão.
Ou
seja, a qualidade aumenta na razão direta da integração e não da competição entre
as transmissões. Por isso, também exige menos infraestrutura. Um problema muito
sério para as grandes corporações. Não à toa, Bram Cohen, criador do sistema,
afirma que seu "objetivo é extinguir a televisão".
Cohen
também é o criador do BitTorrent, um serviço de transmissão de dados que já vem
usando a mesma lógica há mais de 10 anos. O mais incrível é o que diz a
reportagem sobre a origem do BitTorrent. Segundo a matéria, ele:
... foi desenvolvido, inicialmente,
para uma empresa de segurança, que tinha que distribuir seus arquivos de forma
criptografada, de maneira tal que não se poderia destruir as cópias de
segurança e, ao mesmo tempo, fosse impossível conhecer o conteúdo dos mesmos.
Atualmente, BitTorrent tem 150 milhões de usuários ativos, com maior
permanência que o Facebook ou YouTube.
Para
nossa sorte, os capitalistas também criam seus próprios gargalos.
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